Reprimindo o orgasmo.

Reprimindo o orgasmo.

Repressão sexual

 

 

A repressão sexual é tão antiga quanto a vida humana, mas o estudo do seu sentido, de suas variações no tempo e no espaço é um estudo relativamente novo.

Marilena Chauí, em seu livro Repressão Sexual, considera que a repressão sexual será tanto mais eficaz quanto mais conseguir ocultar, dissimular e disfarçar o caráter sexual daquilo que está sendo reprimido.

E que a repressão sexual se liga a um conjunto de valores, regras estabelecidas histórica e culturalmente para controlar o exercício da sexualidade, pois, como inúmeras expressões sugerem, o sexo é encarado pela nossa sociedade como uma torrente impetuosa e cheia de perigos .

A sexualidade se faz presente em todas as etapas do desenvolvimento humano , embora se trata de uma questão quase sempre silenciada. Por um lado, é fonte de prazer e por outro, o alvo predileto para ataques e censuras de toda ordem .

Freud já defendia a idéia de que os seres humanos nascem com impulso vital para busca do prazer, o que ele denominou de libido.

O prazer nos primeiros anos de vida é atingido através dos órgãos sensoriais. Para o bebe o prazer consiste em estar seco, bem alimentado e agasalhado. Quanto às sensações prazerosas vêem do próprio corpo do bebe. Com o desenvolvimento do ser humana, a fonte de prazer vai deixando de ser exclusivamente aquela advinda do próprio corpo, passando a vir de sensações que tem origem em algo ou alguém que elegemos como nosso objeto erótico.

Assim surge o desejo pelo outro (a). Mas este desenvolvimento vai acontecendo lentamente e pode ser prejudicado por uma série de fatores culturais, dentre os quais a interferência da família e de educadores mal orientados, que começam a incutir nas pessoas conceitos negativos sobre sexo e sobre a sexualidade .”A repressão sexual impede a liberação da fantasia erótica , um fator importantíssimo para o orgasmo feminino.” Freud já falava também da imensa dificuldade, do ser humano, de integrar a sexualidade ao resto de sua vida. Ele sempre acreditou que muitos sofrimentos neuróticos eram causados pela repressão sexual.

Durante séculos a sensualidade e a sexualidade foram alvo de severa repressão , passando-se a imagem de que o corpo é a fonte do pecado. Com isso, inúmeras gerações tiveram cortadas suas possibilidades de obtenção de prazer através do corpo.

A sexualidade feminina, por longo tempo permaneceu na procriação e manutenção da espécie. O objetivo da relação sexual era a reprodução. O mesmo não era aplicado ao homem. Este podia satisfazer seus desejos e fantasias com outras mulheres. A sociedade não o condenava por isso.

Para a mulher o prazer sexual é uma conquista muito recente. Antes da liberação sexual, que teve início nos anos 60, a mulher que demonstrasse desejo sexual era tida como doente.

Para as mulheres deste novo milênio, dependendo do seu grau de cultura e do seu acesso a informações, o orgasmo feminino passou a ser levado em conta. Quase que cobrado. A mulher anorgásmica (que não consegue ter orgasmo), ja se permite procurar um tratamento.

Muitas ja conseguem falar sobre esta dificuldade com o parceiro. O passado preconceituoso aos pouco está se transformando, embora lentamente, pois a repressão sexual ainda vigora de forma significativa até mesmo em centros vistos como intelectualizados.

Atualmente, se tem uma visão um pouco mais positiva da sensualidade e da sexualidade, segundo a qual seu exercício não traz em si nada de vergonhoso, sujo ou pecaminoso.

Hoje, a mulher já corre em "busca" de uma imagem poderosa e sensual, como forma de expressão da sua liberdade.

Fonte: Marilandes Ribeiro Braga

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